quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Relatório 3



por Renata Roquetti

Dramaturgia: a partitura encenada!

Como já foi escrito por Celso, tivemos, na última terça-feira, um encontro encantador com o dramaturgo e diretor de teatro Samir Yazbek. Um apaixonado pela arte do teatro, Samir nos “deu de beber” um pouco de suas palavras e experiências pela arte da dramaturgia e do teatro.

Samir conversou com uma platéia atenta, formada por alunos da oficina e outros espectadores, sobre dramaturgia, passando pelos movimentos de grupos teatrais em São Paulo, o que, segundo ele, fez com que a cena voltasse à cena, até a importância do ensino de dramaturgia no Brasil, bem como a política pública e privada para o fomento da arte teatral no país.

Um apaixonado pelas Palavras, ele discorreu sobre sua utilização de maneira precisa, bem feita, bem costurada e falou sobre a importância da encenação como resultado final para conhecimento do texto dramático.

Com leveza e energias positivas, Samir foi respondendo às perguntas do público e em uma delas, a que me deu a luz para o título deste texto, ele fez alusão à encenação e leitura do texto dramático como o trabalho de composição e interpretação da partitura pelo músico.

Ao final, ficamos com vontade de não parar a conversa e com um pedido latente: Samir, componha mais partituras!


Na eternidade das baratas

Com a proposta de fazermos uma encenação, à partir da leitura do conto de Clarice Lispector, Cinco Relatos e Um Tema, esta quarta–feira, tivemos um encontro delicioso com a eternidade das baratas.

Cada um dos seis grupos encenou e assistiu a interpretação diferente, complementar, engraçada, densa e inusitada do conto.

A mistura açúcar, farinha e gesso (para quem não leu o conto, vale a pena em entender que a mistura é receita antiga) apareceu em suas várias facetas:

Na encenação do diálogo da mulher consigo mesma, com seu inconsciente; na posição cênica do relembrar fragmentos da história de uma mulher; numa conferência, um tanto quanto peculiar, de baratas; numa trilha sonora de dar susto e vontade de gritar, quando se vê uma barata; numa barata narradora personagem, asfixiada pelo golpe antigo de chinelo, e nas breves histórias do rito da mistura e do medo de baratas.

Deu para sentirmos o gosto do começo e que vamos colher lindos frutos, ao longo desta oficina!

Seguindo a tradição: 3 vivas ao Teatro em 1 texto pelo Teatro:

Um viva à Paulo Autran: um dos maiores atores do teatro brasileiro!

Um viva à Calcida Becker: grande atriz do teatro brasileiro!

Um viva à Samir Yazbek: dramaturgo e diretor de teatro brasileiro!


Beijos e boas energias

Renata

(e olha essa imagem da Clarice... parece até que ela está num filme do Bergmann)

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