Na última quarta-feira antes do carnaval o pessoal foi convidado a passar por uma metamorfose, deixando que o corpo aos poucos de transformasse em bicho.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Bichos!
Na última quarta-feira antes do carnaval o pessoal foi convidado a passar por uma metamorfose, deixando que o corpo aos poucos de transformasse em bicho.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Relatório 3

Dramaturgia: a partitura encenada!
Como já foi escrito por Celso, tivemos, na última terça-feira, um encontro encantador com o dramaturgo e diretor de teatro Samir Yazbek. Um apaixonado pela arte do teatro, Samir nos “deu de beber” um pouco de suas palavras e experiências pela arte da dramaturgia e do teatro.
Samir conversou com uma platéia atenta, formada por alunos da oficina e outros espectadores, sobre dramaturgia, passando pelos movimentos de grupos teatrais em São Paulo, o que, segundo ele, fez com que a cena voltasse à cena, até a importância do ensino de dramaturgia no Brasil, bem como a política pública e privada para o fomento da arte teatral no país.
Um apaixonado pelas Palavras, ele discorreu sobre sua utilização de maneira precisa, bem feita, bem costurada e falou sobre a importância da encenação como resultado final para conhecimento do texto dramático.
Com leveza e energias positivas, Samir foi respondendo às perguntas do público e em uma delas, a que me deu a luz para o título deste texto, ele fez alusão à encenação e leitura do texto dramático como o trabalho de composição e interpretação da partitura pelo músico.
Ao final, ficamos com vontade de não parar a conversa e com um pedido latente: Samir, componha mais partituras!
Na eternidade das baratas
Com a proposta de fazermos uma encenação, à partir da leitura do conto de Clarice Lispector, Cinco Relatos e Um Tema, esta quarta–feira, tivemos um encontro delicioso com a eternidade das baratas.
Cada um dos seis grupos encenou e assistiu a interpretação diferente, complementar, engraçada, densa e inusitada do conto.
A mistura açúcar, farinha e gesso (para quem não leu o conto, vale a pena em entender que a mistura é receita antiga) apareceu em suas várias facetas:
Na encenação do diálogo da mulher consigo mesma, com seu inconsciente; na posição cênica do relembrar fragmentos da história de uma mulher; numa conferência, um tanto quanto peculiar, de baratas; numa trilha sonora de dar susto e vontade de gritar, quando se vê uma barata; numa barata narradora personagem, asfixiada pelo golpe antigo de chinelo, e nas breves histórias do rito da mistura e do medo de baratas.
Deu para sentirmos o gosto do começo e que vamos colher lindos frutos, ao longo desta oficina!
Seguindo a tradição: 3 vivas ao Teatro em 1 texto pelo Teatro:
Um viva à Paulo Autran: um dos maiores atores do teatro brasileiro!
Um viva à Calcida Becker: grande atriz do teatro brasileiro!
Um viva à Samir Yazbek: dramaturgo e diretor de teatro brasileiro!
Beijos e boas energias
Renata
(e olha essa imagem da Clarice... parece até que ela está num filme do Bergmann)
sábado, 6 de fevereiro de 2010
A quinta, a sexta, a sétima história...
Queixei-me de baratas! Mas elas nos dominaram na última quarta-feira. Deixaram o lixo para ganhar consciência, corpo-humano, organizarem-se em congressos e se tornaram nosso espelho. As baratas reivindicam um lugar concreto em nossa cabeça. Clarice que o diga. O que terá pensado seu fantasma naquela evocação de seu nome?
Gostei muito do que vi, do que foi criado quase no improviso, entre tempestades e muita vontade. Por fim vemos que o teatro não pode perder seu lado lúdico... apresentamos propostas de encenação e brincamos com o espaço, com o texto, com as baratas...
Da primeira cena nos surpreendeu a intensidade do texto e boa desenvoltura das atrizes, tive depois um insight... a cena me lembra um momento do filme “The Naked Lunch” de David Cronenberg. Já viram? Tem uma mulher no filme que é viciada em veneno de barata e se torna grotesca e sensual ao mesmo tempo. Fiquei imaginando que aquela cena ficaria interessante com uma pitada de grotesco....
Da segunda cena me marcou a precisão das meninas, a composição da imagem que elas conseguiram criar, fazendo as vozes da personagens ecoar em diferentes tonalidades.
Da terceira cena mergulhei no mundo de Ionesco, Pirandello e outros nomes do teatro do absurdo. Uma situação inquietante, uma incrível tensão sarcástica na reunião das baratas.
Da quarta cena me surpreendeu o jogo entre mulher e barata que se aproximava de uma coreografia, aproveitando muito bem a guitarra do Pink Floyd e uma entrada épica de um radialista.
Da quinta não podemos deixar de esquecer o tragicômico relato da barata enquanto a trama das duas mulheres se desenvolvia. Uma cena que se aproximou muito do encadeamento do conto, conseguindo se realizar com boas soluções cênicas.
Da sexta, coroando o encontro, tivemos metalinguagem. O grupo comentando o próprio processo, com bom humor, apropriando-se de maneiras diversas da própria voz de Clarice e transformando a farinha letal em outra farinha...
Agora pessoal, vamos adentrar na igreja do diabo!
(Na foto o segundo grupo. Como fui eu que tirei as fotos elas ficaram péssimas, essa foi uma das poucas que salvou. Mas nos próximos exercícios tentaremos resolver essa questão)